quarta-feira, 26 de maio de 2010

Violência Policial

Dois estudantes da FCSH foram brutalmente agredidos no passado dia 25, sem qualquer tipo de provocação que o justificasse. Deixo aqui os factos, uma palavra de apoio e votos de uma recuperação rápida ao Vasco e à Laura!



As vítimas, Vasco Rafael neves Dias, 19 anos, e Laura Alves Diogo, 18 anos, no dia 25, por volta das 3h, saíram de um jantar de turma, no Bairro Alto Estavam a caminho do Cais do Sodré para apanhar o autocarro.

Pararam na Calçada do Combro, perto da Caixa Geral de Depósitos, numa esquina, a conversar. A Laura começou a cantar e a marcar o ritmo com o caixote de lixo. Um policia, de forma agressiva, disse para a Laura parar, porque o caixote não lhe pertencia e virou costas. A Laura continuou a cantar e o agente regressou, em passo acelerado, ofendendo-a, chamando-lhe nomes, empurrando-a e projectando-a para o chão. Na mesma altura surgiu um carro da policia, do qual saíram três agentes, um fardado e os restantes à civil.

Laura pediu identificação ao agente que a empurrou. Este retirou a identificação obrigatória e guardou-a. Vasco pediu ao agente para não fazer mal à Laura e, nesse momento, os três agentes, um deles fardado, atiraram Vasco para o chão, deram-lhe pontapés na cara e em toda a cabeça, bem como no resto do corpo, não conseguindo a vítima descrever se foi com o bastão ou com as mãos. Assim aconteceu até algemarem o Vasco. Já depois de o algemarem, ainda houve agressão, no rosto. A Laura, no chão, também foi agredida por um agente à civil, que lhe chamou nomes como “puta”, e utilizando expressões como “cala-te caralho”. Algemaram Laura, e agrediram-na dando-lhe uma chapada.

As duas vitimas tentaram ver identificações dos agentes e não conseguiram, porque os agentes esconderam as placas de identificação nos bolsos. Os agentes nunca lhes pediram identificação.

A Laura entrou no carro-patrulha, com empurrões. Vasco estava no chão ainda a ser agredido e algemado, foi levado também à força para dentro da viatura, quase a desfalecer.

Nunca lhes foi dito para onde iam, e nem a razão pela qual os estavam a deter.

Foram levados para a esquadra da PSP da Praça do Comércio. Os policias estacionaram à porta da esquadra. Entraram na esquadra algemados. Foram levados para uma sala. Todos os policias que estiveram na agressão perto do Largo Camões deslocaram-se também para a esquadra. Dentro da esquadra estava pelo menos mais um policia, ao qual as vitimas tentaram também identificar, sem sucesso, não estando nenhum dos policias identificados.

Mandaram as vitimas sentar, sempre algemados.

Laura disse que queria falar com um advogado, pedindo para fazer um telefonema, ao advogado ou à família. O agente/ policia 1 diz que ela não estava detida e por isso não tinha direitos. Ao mesmo tempo os outros policias dizem para ela se calar. Nessa altura o policia 1 dá-lhe um estalo. Laura pediu para deixarem o Vasco ir se embora, porque se tivessem alguma acusação seria a ela por causa do ruído, e não ao Vasco, que não teria causado nenhum tipo de distúrbio. Eles disseram que só deixariam sair o Vasco se ela se calasse.

Vasco disse que queria apresentar queixa, e os agentes responderam em jeito de troça, até que finalmente um dos agentes (o mais novo, cabelo castanho claro), chamou-o para outra secretária, onde o policia estava a teclar no computador, não lhe perguntando nada, não lhe pedindo identificação, não assinou nada.

Entrou o policia à Paisana 2, que disse à Laura que seria melhor acalmar-se e calar-se porque sairiam mais facilmente. Laura e Vasco pediram para ir a casa de banho. Vasco pediu para beber água, o policia a paisana 1 negou, e depois o policia a paisana 2 desalgemou-os e acompanhou-os à casa de banho.

Quando Vasco e Laura entraram na esquadra, já tinham marcas visíveis de agressão por parte dos agentes feitas na rua, em local já exposto. Nunca foi oferecida ajuda médica, não chamaram a ambulância, nem nenhum tipo de transporte para o Hospital.

Depois disseram que eles se podiam ir embora

Saíram da esquadra às 4 e 30, depois de cerca de meia hora.

Quando saíram, a Laura ligou a uma amigo (Fábio Salgado) que os aconselhou a ir imediatamente para o hospital. Chamaram um táxi, e foram para o hospital mais próximo, S. José. O Vasco, no hospital disse que foi agredido por policias, e foi examinado, tendo lhe sido diagnosticado vários ferimentos; cabeça partida, mandíbula partida que foi sujeita a cirurgia, e várias nódoas negras no corpo. Mais tarde também Laura foi examinada no mesmo hospital. Foram-lhe diagnosticadas escoriações ao nível do lábio inferior e pálpebra esquerda; hematoma ao nível do cotovelo esquerdo e porção posterior da orelha esquerda.

1 comentário:

Anónimo disse...

O facto de ninguém comentar parece revelar a vossa influência na escola...

Em qualquer caso: como é que isto acabou? os ofendidos, ou vocês, fizeram queixa? Usaram redes sociais ou a TV privada para divulgar o evento? Os orgãos de Gestão da Escola e a Direcção da AEIST foram oficialmente informados? Que fizeram?

Estudantes do IST são tratados assim e ninguém faz nada?